Aventuras Épicas

Personagens épicos, campanhas épicas e cenários mais épicos ainda!

Você é um guerreiro imbatível, e não há um só oponente que já não tenha tombado diante da lâmina de seu machado, sob o peso de sua clava ou sob fio de sua espada, fosse esse oponente o mais desafiador dos homens, ou a mais horrenda das criaturas. E você vai continuar sua jornada, atravessando o mundo, desafiando bestas e trespassando exércitos, até que seus feitos sejam cantados por bardos aos quatro cantos do mundo, e que seu nome seja invocado aos céus, como se o chamassem até mais alto que o nome dos próprios deuses! Até que você seja ÉPICO!

Nos cinemas, e principalmente nos vídeo games, está cada vez mais comum dar de cara com histórias protagonizadas por seres “um pouco” mais fortes do que nós, mortais. Heróis, anti heróis e vilões com poderes e capacidades físicas assombrosas, lutando contra bestas de proporções titânicas que enchem os nossos olhos de ação, tensão, adrenalina... E sangue, muito sangue... Tipo... Muito sangue mesmo!

Interpretar um personagem assim é bastante empolgante e divertido, não é? Tem que ser! Mas a questão é: como pode ser divertido interpretar um “Over Power” que degolada hidras e escalpela dragões as dúzias enquanto vai ao encontro de seu objetivo? Nesse caso não seria tão legal assim...

Por isso é preciso atenção por parte do mestre ou escritor que pretenda proporcionar uma historia com efeito impactante e épico, sem que para isso ela precise abrir mão do bom senso e do equilíbrio do resto do mundo em que ocorra a narração.

Personagens Épicos

No RPG, esse tipo de personagem já é bastante comum, mas nem sempre são usados em campanhas pelos jogadores, ou NPCs, pois podem desequilibrar bastante o rumo da aventura.

Mas um personagem épico, quando bem utilizado em campanha, pode ser bastante útil para certos tipos de eventos, como guerras em grande escala, ou lutas contra inimigos formidáveis.

Não há restrição sobre quais classes podem pertencer um personagem épico. Um bardo pode lançar magias poderosas invocadas pelo tocar de seu instrumento, um guerreiro pode derrotar hordas de dragões e outras bestas sozinho, e muitas vezes desarmado. As possibilidades são infinitas. 

Porém, nem todo personagem épico precisa ser “Over Power”. Há aqueles que são épicos através de outros meios, ou simplesmente por se lançarem em jornadas impossíveis para suas capacidades. 

Como exemplo posso citar o nosso querido hobbit Frodo, que mesmo sendo a mais pacifica e frágil das criaturas da Terra Média atravessou perigos e enfrentou males grandes demais até mesmo para os mais aptos (em termos de força e combate), para cumprir sua missão. 

Outro exemplo é Wender, o protagonista do jogo “Shadows of The Colossus”, que para trazer a alma de sua amada de volta, iniciou uma caçada por dezesseis criaturas colossais que habitavam uma terra amaldiçoada sob o domínio de uma divindade maligna, mesmo sabendo que no fim de tudo, poderia não obter sucesso, e que de qualquer forma custaria a sua própria vida.

Épico e poético.

Campanhas Épicas

Não seria nada divertido interpretar um personagem épico se o mundo no qual ele existe fosse simplesmente um mundo. Personagens épicos precisam de mundos épicos.

Imagine um lugar repleto de desafios que exigem mais do que a simples habilidades humanas para serem superados, um lugar repleto de seres descomunais que habitam as mais caóticas e perigosas terras de onde um guerreiro comum jamais voltou. Seja este lugar baseado na mitologia conhecida ou não, medieval ou não, fantasioso ou não. Ele precisa apenas ser épico.

Os temas para cenários assim são infinitos. Podem ser medievais, como o visto nos livros e filmes de “O Senhor dos Anéis”, contemporâneos como o mostrado em “Matrix”, ou futuristas como os apresentados em Star Trek e Star Wars.

O mais interessante em um cenário é que é ele quem vai determinar quais tipos de personagens poderão existir, quais tipos de monstros, oponentes, desafios e todo o resto. Por isso, investir um pouco mais de tempo na elaboração de um cenário deixará ele apto à acomodar não só aventuras comuns, mas também as épicas.

De um ponto de vista mais amplo, o termo “Épico” é subjetivo, e pode ser aplicado de varias maneiras em sua campanha, não só no aspecto “descomunal”, mas na forma como o mais simples evento pode ser contado de maneira intensa, rica e impactante, afinal, sua historia não tem que ser só mais uma história, já estamos cheios de coisas desse tipo.

Sua historia precisa ser épica!

Paulo “SpeedRain” Rodrigo