28 de mar. de 2011

O Goblin e o Canídeo

Acossou a raposa por entre os arvoredos dédalos, seus olhos de coloração híbrida focalizavam o animal extenuado, envidado à viver. Porém sua ligeireza abolia-se aos poucos, o quadrupede tornou-se um alvo fácil para o tiro certeiro do goblin, que o seguia há horas, sem rumo certo.

Mirou e esperou o momento para trucidá-lo, o pêlo alaranjado cobria o pingente cristalino facetado, objeto este cobiçado pela criatura reptiliana. Não houve hesitação; Após um suspiro prévio o goblin, arremessou a flecha impiedosamente, que ao colidir espaduou a raposa, levando-a ao chão.

Ditoso, o ser de pele enrugada aproximou-se de sua vítima. Além do pingente chamativo desejou também a carne do animal, mas tudo que viu foi a figura humana estirada ao chão, seus cabelos alaranjados identificavam aos da raposa, assim como a flecha dependurada no pescoço pálido, contrastando com o rubro sangue que molhava o cristal.

Ao fitar tal cena, o goblin, ajoelhou-se arrependido de ter assassinado uma Malokah, ser sagrado, mas era tarde, nada faria o tempo voltar, a criatura então pegou o que desejava, e partiu para a próxima caçada, já que sentimento não podia reinar e o que verdadeiramente importava não era o sacrilégio cometido, e sim o objeto que o faria perpetuar.

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Este conto foi escrito por Kayke Campeche, em colaboração ao blog Contos do Bardo. Quem quiser ler mais textos de Kayke, basta seguir este link e ver seu blog.

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Um comentário:

André disse...

Kayke manda bem! Abraço!