26 de mai. de 2010

Uma Refeição Indigesta

Em memória de João Carlos Pereira

– Me larga seu Silveira... Me larga, não era ‘’pro’’ senhor, era ‘’pro’’ outro cara!

– Desgraçado eu te mato, eu te mato seu miserável!

Silveira tentava estrangular o detendo, responsável pela cozinha do presídio, com uma mão e dava uma chave de braço com a outra. Diante dos olhos atônitos dos demais detentos, que trabalhavam na cozinha do presídio, estavam todos paralisados de terror. Em sua maioria, presos de baixa periculosidade e com penas breves que ali trabalhavam. O soldado Silveira estava disposto a matar o detento e o mataria, caso os outros carcereiros, atraídos pela balburdia, não chegassem para presenciar a cena que se desenrolava na cozinha.

– O que foi soldado, o que ‘’ta’’ acontecendo aqui...solta o pobre do rapaz?

Minutos mais tarde já um pouco mais calmo, e com ‘’as mãos nervosas fora do pescoço’’ do presidiário, o soldado Silveira da sua versão do acorrido.

– Este desgraçado tentou me matar sargento Telles! Ele ‘’coloco’’ vidro na minha comida, senti o vidro quando ‘’tava’’ mastigando. Telles, o miserável do detento, ‘’tava’’ tentando me matar...

Enviado pelo leitor “Samuel da Costa”

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